quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

é, nós somos gatas demais pra resistir. (6

sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu sei, eu não sei! Eu não quero saber, não tenho raiva de quem sabe. Por que quanto mais coisas a gente sabe mais coisas a gente deve. Talvez por isso eu não deva nada a ninguém. Não devo e não nego; não pago nem se eu quiser e muito menos se eu puder. Talvez por isso eu não peça nada a ninguém. Por que quanto mais a gente pede menos a gente recebe; quanto menos a gente recebe, mais a gente quer. Talvez por isso... Ah! Deixa pra lá!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Falso-retrato

Não há amor que pague
Não há água que lave
Não há chão que não acabe
Não há cão que não ladre

Não há mito que não se desvende
Não há verdade que não te condene
Para mim não há castigo, não há prenda
A minha alma não está à venda.

Eu não vou dar a outra face
Vou esperar que o mundo acabe
E vou sair com o meu disfarce
Ajoelhar e rir do seu milagre

Eu vou deixar que você me iluda
Eu vou finjir que sei as respostas
E quando você vier com as perguntas
eu vou rir e te dar as costas

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sonhos...

Essa noite eu sonhei. Com o seu abraço, duro, triste, cheio de lamentações. Não sei que parte estava mais machucada; apesar de saber que parte sentia mais dor. Então eu chorei; as lágrimas quentes que turvavam os meus olhos petrificados com a sua presença. Eu acordei com um abraço – um abraço de mim mesma, na tentativa de juntar as partes que o buraco dentro de mim tentava aumentar. Eu precisava me manter viva, apesar do breu que se formava em peito: um buraco com as bordas ardendo que nunca cicatrizam. Como se alguém tivesse arrancado o meu coração e deixado uma granada de mão em seu lugar. Eu ainda abraço a mim mesma quando ouço o seu nome, apesar de fazer de tudo pra não pensar nele, pra não pensar nos seus olhos cheios de fome, mas uma fome que certamente não é de mim, não é comigo, não é pra mim. Às vezes é inevitável não pensar, e como dói. E o buraco começou a se rasgar, a me rasgar, a tentar desfazer qualquer vestígio de você. Agora já não dói tanto; não que a dor tenha diminuído, mas acho que estou forte o bastante pra enfrentá-la. Mas o torpor sumiu e a névoa que cobria meus olhos e me impedia de ver as cores do meu quarto escuro desapareceu. Então eu fiquei com medo, eu não sabia o que viria mais forte agora: a dor ou as lágrimas. Não veio nada. Eu esperei, esperei, mas não veio nada; e você também não veio. Agora o buraco em meu peito está dolorido, como se tivesse levado murros; e é exatamente o que acontece cada vez que meu cérebro estúpido faz questão de me mostrar seu rosto cada vez que eu fecho os olhos: eu levo murros. Queria poder exalar essa dor inconstante, cortante, infectante. Mas o cheiro do tabaco já está entranhado nos lençóis, agora tão frios sem o seu peito frio pra esquentá-lo. Eu estou tão fria dentro da sua camiseta, molhada pelas mesmas lágrimas do seu abraço sonhado. Desse sonho, elas foram a única coisa real que sobraram...