sexta-feira, 31 de outubro de 2008
O 'eu', o latifúndio do ego.
Eu quero errar, é o meu maior desejo. Erros comuns me deixam feliz. Argumentos já não fazem mais tanto sentido, gritos já não machucam meus ouvidos, ironias burras me dão vontade de rir. Descobri a verdade, o certo, no meu sorriso refletido no espelho, cuidei dos meus ferimentos e os tampei, não preciso mostrar a ninguém que também fui ferido. Não tenho razão, não tenho desculpas, não tenho motivos, eu simplesmente sou, e vou continuar sendo até que me provem que meu caminho está errado! Não é porque me calo, quer dizer que concordo ou que abaixo minha cabeça, eu simplesmente acho que o desprezo e a paciência me rendem mais que palavras vociferadas em momentos de raiva. Meu afeto não faz sentido, eu não faço sentido, mas nem tudo que faz sentido existe, não é? Eu ignoro vinganças, acredito em karma e harmonia. Eu procuro agradar somente a mim mesma, o que vem a mais é lucro! Eu sorrio enquanto todos os outros choram, e eu choro quando ninguém mais está olhando. Prefiro apoio a conselhos vãos. Pra alguns eu sou a pessoa mais sincera e verdadeira do mundo, pra outros eu sou falsa e uso as pessoas ao meu bel prazer... Não posso dizer quem está enganado, na verdade, nem sei se existe algum enganado! Não é porque eu não piso em você, que eu vou deixar você pisar em mim. Eu não faço nada pelas costas, quem dá rasteira são pessoas que não conseguem ser altas o suficiente pra olhar nos olhos! Eu não troco um sorriso pelo outro, eu não vendo a minha posição, e eu não viro as costas, mas também não espere que meu amor por você aceite absolutamente tudo que você fizer. Eu nunca vou me revelar totalmente, cabe a você decidir o que lhe convém! Não espere frases prontas, não espere beleza convencional, eu sou diferentemente comum ao meu mundo.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Eu estou aqui, olhando para as teias, pensando em como teria sido se eu tivesse nos permitido que as coisas acontecessem; e é horrível pensar só no passado, viver do passado, na época em que tudo parecia perfeito e nós jurávamos que seríamos felizes para sempre. Nesse momento acho que tenho não menos do que 100 anos, e os meus olhos já não têm a mesma vivacidade daquela época. Eu não sei se estou triste, estou apenas aqui, de olhos fechados, olhando pra dentro, tentando encontrar a garota que queria, e acahava que podia, mudar o mundo. A garota que gostava de fazer tudo errado, e agora não se permite, se quer, fumar um cigarro. Já desisti de fazer de tudo para mantar a sanidade, agora eu quero fazer de tudo para perdê-la quando as luzes se apagarem, só assim conseguirei alcançar de novo a perfeição que tinha quando era a menina que era o que todas as outras não tinham coragem de ousar ser, e que agora está perdida, segurando o coração que escorre entre os dedos como se estivesse se decompondo. Não há um só pilar para que eu possa me apoiar. De repente todo mundo cresceu, e não acha mais graça nas farras, em perder o controle dos olhos. De repente, enquanto todo mundo parou de beber, eu estou numa ressaca moral, totalmente sem rumo, em saber se cresço ou se volto a ser o que era. Eu não chamaria de regredir, não há nenhum mal nisso; pode se dizer que seja apenas uma síndrome de Peter Pan, o que é apenas melhor do que envelhecer. Porque apesar de me sentir co um século, eu tenho apenas 16, e um parte de mim ainda resiste, ainda quer continuar a acreditar que eu sou madura o suficiente para encarar tudo sem precisar me tornar adulta. Eu não quero voltar no tempo, não gostaria nem um minuto de poder ver o futuro. Estou muito confortável na minha cama observando as rachaduras no teto, tão profundas quanto a minha vontade de explodir, e deixar sair de algum lugar dentro de mim a garota que quer renascer e mostrar a todo mundo que ainda pode mandar todos eles se foderem, e viver sem se importar com os 100 anos do seu eu-lírico.
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