quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eu estou aqui, olhando para as teias, pensando em como teria sido se eu tivesse nos permitido que as coisas acontecessem; e é horrível pensar só no passado, viver do passado, na época em que tudo parecia perfeito e nós jurávamos que seríamos felizes para sempre. Nesse momento acho que tenho não menos do que 100 anos, e os meus olhos já não têm a mesma vivacidade daquela época. Eu não sei se estou triste, estou apenas aqui, de olhos fechados, olhando pra dentro, tentando encontrar a garota que queria, e acahava que podia, mudar o mundo. A garota que gostava de fazer tudo errado, e agora não se permite, se quer, fumar um cigarro. Já desisti de fazer de tudo para mantar a sanidade, agora eu quero fazer de tudo para perdê-la quando as luzes se apagarem, só assim conseguirei alcançar de novo a perfeição que tinha quando era a menina que era o que todas as outras não tinham coragem de ousar ser, e que agora está perdida, segurando o coração que escorre entre os dedos como se estivesse se decompondo. Não há um só pilar para que eu possa me apoiar. De repente todo mundo cresceu, e não acha mais graça nas farras, em perder o controle dos olhos. De repente, enquanto todo mundo parou de beber, eu estou numa ressaca moral, totalmente sem rumo, em saber se cresço ou se volto a ser o que era. Eu não chamaria de regredir, não há nenhum mal nisso; pode se dizer que seja apenas uma síndrome de Peter Pan, o que é apenas melhor do que envelhecer. Porque apesar de me sentir co um século, eu tenho apenas 16, e um parte de mim ainda resiste, ainda quer continuar a acreditar que eu sou madura o suficiente para encarar tudo sem precisar me tornar adulta. Eu não quero voltar no tempo, não gostaria nem um minuto de poder ver o futuro. Estou muito confortável na minha cama observando as rachaduras no teto, tão profundas quanto a minha vontade de explodir, e deixar sair de algum lugar dentro de mim a garota que quer renascer e mostrar a todo mundo que ainda pode mandar todos eles se foderem, e viver sem se importar com os 100 anos do seu eu-lírico.

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