domingo, 14 de novembro de 2010

30 Days Letter Project - Dia 3 - Seus pais

Pai,

Há muito dentro de mim pra te dizer; são sentimentos tão conturbados, tão confusos que não há palavras que cheguem tão fundo na minha alma. Nem sempre fomos os melhores amigos do mundo, e creio que ainda falte muito pra sermos. Mas há um pedido silencioso dentro de cada olhar, dentro de cada sorriso meu pra você, de cada abraço, de cada telefonema alegre: perdão.

Me perdoa pelas palavras mais ingratas que um pai como você poderia ter ouvido na vida; foi tudo da boca pra fora, tudo proferido em momentos de raiva, momentos em que eu apenas queria despejar a culpa da minha tristeza em alguém, porque eu não queria admitir que o motivo era eu mesma. Me perdoa?

Me desculpe por culpar você por tudo que eu apenas não consegui fazer. Eu feri a mim mesma quando machuquei você.

Obrigada por ser o pai que você é, e por ser meu pai. Obrigada por nunca ter desistido de mim, e por ter lutado com o sangue pelo meu irmão. Não haveria pessoa melhor no mundo pra cuidar dele. Obrigada por ser meu porto seguro, por ser meu exemplo. Obrigada por todos os esporros, mesmo me fazendo de durona, eu sempre ouvi todos e levei em consideração. Obrigada por ser tão compreensivo. E obrigada por me amar incondicionalmente, apesar de tudo.

Pai, você foi meu herói, meu bandido. Ainda é o meu herói. Sempre será. Eu te amo, incondicionalmente, do fundo da minha alma. Te amo, amo, amo, Juliana.

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Mãe,

Espero que seja feliz, e que encontre seu caminho. Que a luz consiga um dia abrir seus olhos e que você perceba o que está fazendo com a sua vida e e siga sua vida de forma diferente. Te desejo coisas boas, e nunca te quis mal. Não sou a melhor filha do mundo, sei que não demonstro afeto na maior parte do tempo, mas você também não.

Sei quanto me custa te arrancar um carinho, e mesmo assim, não é sempre que funciona.
Grande parte das minhas neuroses adolescentes foram por falta de mãe. Não falta física, mas emocional. Você nunca foi o modelo de mãe primorosa; e não estou te culpando, algumas pessoas apenas não nasceram pra isso. Hoje eu sou adulta o suficiente pra entender algumas situações da vida, e com certeza consegui superar toda a falta que você me fez. Espero que um dia a gente consiga conectar esse elo 'mãe/filha' que anda perdido por aí.

Apesar de tudo, te amo, Juliana.

Um comentário:

Cacia Armond disse...

Garota, vc me emocionou...